quinta-feira, 7 de maio de 2009

Contradições da vida cristã (2)

Vamos para a segunda das contradições da vida cristã, uma contribuição de Edmilson Bizerra. Leia:

2. Em uma outra ocasião Jesus disse: “Em verdade, em verdade vos digo: se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará só, mas, se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, irá perde-la; e quem odeia a sua vida neste mundo, irá preservá-la para a vida eterna” (Jo 12.24-25).  

Se temos que nascer de novo, então, por que depois temos que odiar a nossa vida se queremos preservá-la? Não faria muito mais sentido se Jesus tivesse dito que temos que amar a nossa vida? Que devemos aproveitá-la ao máximo? Que temos que aproveitar toda essa nossa energia, essa nossa juventude e desfrutar de tudo nessa vida?

Na perspectiva de uma criança a vida é como se fosse um parque de diversões que você vai de brinquedo em brinquedo e só pára para comer ou quando não agüentar fazer mais nada, até que o dia seguinte você levante e faça tudo de novo. 

Mas essa é a perspectiva de uma criança que apesar de ter suas responsabilidades, suas tarefas e seus limites na vida ainda não tem uma compreensão completa que só começamos a obter a partir da adolescência e principalmente a partir do momento que nascemos de novo, que significa que com esse nascimento as coisas velhas ficam para trás e coisas novas virão. Que a fase de crianças imaturas, despreocupadas, e em um certo sentido inocentes, ficou para trás, passou. E agora a nova realidade deve ser encarada de que a vida não é um parque de diversões, nem nós somos mais criancinhas. 

E a realidade é que quanto mais agirmos como crianças imaturas, maior será a probabilidade de que viveremos no mundo como se estivéssemos num parque de diversões. Ficaremos mais e mais apegados a ele, e não nos daremos conta do perigo que corremos. Mas por mais tentador que seja tentar amenizar as palavras de Jesus aqui dizendo que ele não quis dizer odiar literalmente como odiamos algo ruim, a verdade é que se amamos mesmo a nossa vida, vamos odiá-la, do contrário não poderemos mantê-la.  

E só poderemos odiar mesmo a nossa vida aqui a partir do momento que reconhecermos que tudo aqui nessa vida não pode trazer a satisfação duradoura que realmente satisfaz o nosso ser. Tudo nessa vida vai cooperar para que sejamos distraídos, mas não preenchidos, não satisfeitos profunda e completamente. Tudo nessa vida vai cooperar para que sejamos enganados, para que sejamos iludidos, por valores temporários que jamais preenchem de verdade. Por isso, podemos odiar a vida aqui porque apesar dela se passar por uma refeição completa, nutritiva, ela não passa é de algodão doce, que não preenche nem satisfaz, mas apenas engana, e só momentaneamente. E quem não odeia ser ludibriado?

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